Saturday, December 06, 2008

SÓCRATES E O TRIUNFO

Infelizmente o triunfo do porco é cada vez menos uma antiguidade. Por todos os lados o porco se ergue triunfante: nas autarquias - veja-se o triunfal julgamento de Felgueiras. Na finança - aí temos, trunfante, o exemplar Dias Loureiro - e por aí fora.
Agora leio que vamos ter um triunfo insular.
No seu excelente e didáctico editorial do Expresso, diz Henrique Monteiro: "Parece que para ele (Sócrates) tudo é redutível à luta política independentemente dos danos que (o estatuto das coutadas de César e Jardim) possa causar à sã convivência entre as regiões e o Continente".
Concordo naturalmente, mas pregunto: O que era de esperar ao termos como primeiro ministro alguém que ganhou os seus galões políticos a comandar e orquestrar um acto de desobediência cívica como foi o buzinão? Lembram-se?
O pior é que antes deste também esteve um PM que pouco melhor era que um vulgar "banha da cobra".
Caminhamos, de PS em PSD mais os outros comparsas pequenos, para o triunfo final.

Monday, November 03, 2008

HÁ LODO NO CAIS ou "ESTERCO EM ALCÂNTARA"?

Vamos hoje até à sétima arte.
Lembram-se de Brando e Elia Kasan e deste filme que tinha a ver com a Máfia das docas?



Muitos de nós nem sempre concordamos com o Miguel Sousa Távares. Mas aquilo em Alcântara cheira mesmo mal. Assim como aquela manifestação expontânea de estivadores contra ele cheira a m de Máfia.
Quando se trata de triunfar o Porco não olha a meios!

Monday, October 27, 2008

OS MERCADOS AFINAL TÊM RAZÃO ou O NOSSO PINÓQUIO

Eles tanto insistem que eu tenho de voltar ao tema dos milagres.
Reparem bem no gráfico:





No momento em que escrevo e apesar de um fim de semana em que o nosso Primeiro Ministro não deixou descansar a sua máquina publicitária inundando de optimismo a nossa comunicação social (sempre empenhada na busca da verdade), a bolsa de valores de Lisboa a exemplo de outras praças europeias e asiáticas cai à volta de 5%.

Monday, October 20, 2008

SIN(O) SENHOR - Em Coruche um sino de séc. XIII

Click na imagem para aumentar

Muito interessante.
A descoberta de um sino antiquissímo perto de Coruche vai dar direito a um livro também inédito sobre o tema.
Parabéns ao Museu de Coruche

Saturday, October 18, 2008

Arquivo Histórico Ultramarino - PARABÉNS



A começar dia 27 deste mês e todas as últimas segundas feiras de cada mês está aberta ao público a Sala Pompeia do Palácio Ega onde funciona o arquivo e sobretudo onde estão os famosos e únicos azulejos holandeses de que falei num dos primeiros posts deste Porco, perdão Triunfo.
O Palácio é na Travessa da Boa Hora na Junqueira. Telefone: 213616330
A Sala em si já é fantástica como podem ver pelas imagens

Friday, October 17, 2008

UM MILAGRE (ECONÓMICO) CHAMADO SÓCRATES

”O Triunfo do Porco” vai hoje, excepcionalmente, deixar a História e as Antiguidades para meter o focinho no presente, dando grunhidos de espanto!
Quem diria que um país governado por ateus, laicos e maçons continua a merecer as bençãos do Céu? Então não é que vamos ter mais regalias e benesses, mais benefícios e redução de impostos e o déficit fica quase na mesma. Mais receitas? Como pode ser se a actividade económica vai abrandar?
Temos que aceitar que é um milagre.
Para nós(?), para o governo - salvo pela crise internacional! - e para os bancos que aos beijos e abraços a esse mesmo governo escapam à tragédia da liquidez.
Afinal, por falar em milagres, sempre lhes deixo uma antiguidade ... um "clássico" do Vilhena.


Sunday, October 12, 2008

ARTE EFÉMERA 2

Em Março falei aqui de Arte Efémera e na passada publiquei uma foto dos azulejos do Convento de S. Francisco na cidade de S. Salvador da Baía.
Pois imaginem que estive lá ao vivo em Agosto passado, quando do lançamento no Brasil de "O Último Távora" e graças ao meu amigo Laurentino Gomes.
A sensação que nos assalta na parte antiga da Baía é incrível. Parece que estamos no Minho!
Aqui vos deixo uma foto do frontaria do Convento de S. Francisco.


Espectacular!
Aqui há mais fotos
Baia sec XVII XVIII

Wednesday, August 06, 2008

VIMIEIRO - Alentejo (esquecimento) profundo



Não tenho escrito nada neste bolg!
O porco está a triunfar de mim? Não. Tenho andado “paralisado” como expliquei ontem no blog irmão “O Último Távora”. E foi pena não ter escrito porque ultimamente têm-se verificado muitos triunfos do dito reco. Em alguns casos a matéria estravasa do âmbito das artes e da cultura. Mas neste blog também entra a História e a política, onde esses triunfos se têm verificado, a política é como a pescada: é história antes de ser História.
Passei pelo Vimieiro, Alentejo, e resolvi entrar na povoação (que fica ao lado da estrada entre Estremoz e Arraiolos) para ver o palácio dos condes do mesmo nome. Não que me interessem eles particularmente mas sim porque ali viveu Teresa Josefa de Melo Breyner, mulher do 4º conde de Vimieiro.
Quem era? Uma intelectual do século XVIII! Não havia muitas. Como se sabe, não era hábito sequer as mulheres saberem escrever. Mas havia algumas. Teresa Melo Breyner era amiga de Alcipe, futura marquesa de Alorna, e como ela tinha um nome arcádico, Tirze. No palácio do Vimieiro, onde vivia grande parte do ano, havia uma biblioteca onde não fatavam livros de Voltaire e dos enciclopedistas. Era cultíssima. Escrevia bem e versejava melhor. Na sua família houve depois outros que se distinguiram nas letras: marquês de Ficalho, Sofia Melo Breyner e Miguel Sousa Távares. Mas ela foi a primeira, e no século XVIII, “avant la lettre”, uma verdadeira e rara mulher das Luzes.
Merecia naquela terra uma lembrança, uma chamada de atenção, qualquer coisa.
Pois bem, está tão esquecida como o palácio cujo estado actual podem observar nas imagens que junto.

Thursday, March 27, 2008

FREUD e o CÓDIGO DA VINCI



Aqui vai o resumo de um artigo sobre Freud e Da Vinci publicado há uns tempos no Expresso. Tem menos texto mas ficam a ganhar. Aqui podem ver duas fotos e quando foi editado no Actual só arranjaram espaço para uma

“Escrever sobre o abutre parece fazer parte do meu destino, pois que, entre as primeiras recordações que guardo de criança, está a imagem de uma dessas aves ter vindo ao meu berço, abrir a minha boca com a sua cauda e bater repetidamente com ela no interior dos meus lábios”.
Esta obscura frase foi escrita por Leonardo da Vinci como nota à margem de uma página de um dos seus famosos códigos, numa parte dedicada ao vôo dos pássaros.
No dia em que Sigmund Freud leu aquelas palavras ficou fascinado.
Era como se Leonardo estivesse na consulta de psicanálise e lhe falasse de viva voz. E tudo batia certo com a sua ideia de sublimação dos instintos, ficando explicados alguns traços da personalidade do grande mestre e a sua eventual homossexualidade.
O interesse de Freud levou-o a publicar um trabalho de umas dezenas de páginas, agora célebre, intitulado “Uma recordação infantil de Leonardo da Vinci”. E um aluno seu, entusiasmado com as deduções do mestre fez uma descoberta que parecia vir confirmar tudo o que ele dissera. De visita ao Louvre, ao admirar o quadro de Leonardo chamado “Santa Ana, a Virgem e o Menino” distinguiu nitidamente que o manto que envolvia a Virgem era afinal o desenho de um abutre, cuja cauda aflorava os lábios do menino!
Quem sou eu para me pronunciar sobre a teoria da sublimação de Sigmund Freud?
Só posso dizer que a admiro e aceito como boa. Mas no caso de Leonardo, ainda que a teoria lhe possa eventualmente ser aplicada, caiu pela base a história do abutre. É que no texto que Freud leu, tradução em língua alemã do original, o nome do pássaro a que Leonardo se referia estava mal traduzido: não era um abutre mas sim um milhafre. E lá se foi por água abaixo a semelhança com a deusa Mut, e a fecundação “in vento”.
Ou seja ainda que a teoria de Freud sobre a sublimação do instinto sexual seja correcta e possa ser virtualmente aplicada ao genial da Vinci, tudo o resto não passou de especulação. Brilhante, mas especulação.
Não consta que “Uma recordação infantil de Leonardo da Vinci” tenha sido um grande êxito editorial. Mas se algum mega autor se lembra do tema lá vamos ter as livrarias inundadas de Códigos do Abutre, Conspirações do Milhafre e outros títulos semelhantes.

Rodando o quadro para a direita vê-se o que seria um abutre com a cabeça em cima e o rabo junto à
boca do menino!


Saturday, March 22, 2008

ARTE EFÉMERA



A curta viagem que fiz ao Brasil de 6 a 9 de Março convidado pelo Presidente da República para integrar a comitiva cultural que o acompanhou nas comemorações da chegada da corte portuguesa ao Brasil, inspirou-me o post de hoje com base num artigo que publiquei no Expresso, há meses.

Mais uma vez sobre azulejos! Mas também sobre Brasil e arte efémera.

Eis um resumo do texto:

“Finalmente, se adoptarmos o conceito de arte em sentido lato vamos ainda encontrar uma outra arte efémera: a arte de fachada, para consumo rápido, que num determinado momento serve o poder – de uma pessoa, de uma instituição ou de um partido político - para no dia seguinte deixar de servir e ser destruída.
Os espalhafatosos casamentos que periodicamente algum grande magnate oferece ao público para deleite deste e da comunicação social, podem ser arte efémera. Assim como os carros alegóricos que desfilam pelas ruas em certas datas festivas. E a própria feijoada que há uns anos decorreu na ponte Vasco da Gama, não terá sido uma “instalação”, também efémera, porque comestível?
*
Vaidade, ilusão e utopia. Tudo isso também houve num autêntico festival de arte efémera que decorreu na cidade de Lisboa em Fevereiro de 1729 por altura do casamento de D. José com a princesa espanhola Maria Vitória de Bourbon.”

“Que ficou de tanto esplendor?
Podia concluir-se filosoficamente que tudo é efémero. A ponte, onde a princesa desembarcara e o tempo se suspendera às ordens da Fortuna, foi destruída logo nessa mesma noite por um fortíssimo temporal que se levantou no Tejo. Do resto nada ficou … em Portugal.



(O arco dos Confeiteiros)




As paredes do claustro do convento da Ordem Terceira de S. Francisco, em S. Salvador da Baía no Brasil, estão cobertas por painéis de azulejos representando a chegada da princesa Maria Vitória a Belém e o cortejo atravessando uma Lisboa meio fantasiada mas onde se pode ainda apreciar o esplendor da arte efémera joanina.Afinal tudo se transforma e o que em Lisboa foi efémero “virou” perene no Brasil.”

Sunday, February 03, 2008

A POLÍTICA E O BIDÉ



A política e os politicos portugueses fizeram-me pensar em bidés. Porque será?
Deixo-vos aqui um excerto com comentário final de um artigo que escrevi sobre o venerável objecto, e duas imagens de bidés antigos e raros.




"Chamar-lhe o confidente das damas, é reduzir o utilíssimo objecto à expressão erótica e obscena de que a literatura libertina se apoderou desde que o seu uso foi adoptado e conhecido no século das Luzes, da Filosofia e dos primórdios da medicina moderna na Europa.
Nesse sentido o bidé seria um medianeiro entre a secreta intimidade feminina e a mente daqueles que se compraziam em recreá-la, fantasmagoricamente e sem limites, nas suas cabeças.
Naturalmente os puritanos não gostaram disso e preferiram nem lhe referir o nome, não fosse ele alimentar a lasciva imaginação de quem o ouvisse ou o proferisse. Falavam dele de forma rebuscada e caricata. Havia assim o “móvel de guarda-roupa que montamos quando dele nos queremos servir” ou aquele que “que contém uma bacia sobre a qual nos podemos sentar”. Entendiam eles que o bidé não deveria constar do mobiliário de casa de banho de uma mulher sensata, honesta e mãe de família. Coisa curiosa, para esses era como se o dito objecto fosse usado exclusivamente por mulheres. Assim pensavam ainda os autores do dicionário da Academia Francesa de 1932, associando o bidé apenas à “toillete” feminina".

Comentário:
Claro que o bidé é para todos, mulheres e homens, e até para os políticos lavarem as suas porcarias. Não querem? Pois é. A isto se chama o triunfo dos porcos!

Thursday, January 24, 2008

TIEPOLO & OUTRA NOVIDADE - Millenuim BCP

Voltam as notícias sobre Tiepolo. A Leilorira diz que "descobriu" outro. O Diário de Notícias já adiantou que seria do conjunto inicial dos cinco "comprados pelos Pinto Basto" no início do século XIX". Então, concluem eles muito bem, só pode ser o quadro "Vénus e o Tempo". Se assim for a "descoberta" tem nome o que é estranho para uma descoberta. Já agora deixem-me dizer que no início do século XIX o Sr. José Ferreira Pinto Basto, ainda não tinha Tiepolos e andava ainda a amealhar o que veio a ser uma grande fortuna através do "Contrato do Tabaco".
A outra novidade é que o BCP Millenium deixou de patrocinar as secções do Actual, incluindo as "Antiguidades". Foi pena. Agora espero continuar a aparecer de vez em quando no Expresso mas sem a regularidade com que escrevi durante três anos mais de oitenta! artigos. Por acaso tinha preparado mais um, justamente sobre o "Contrato do Tabaco" e antiguidades relacionadas e aproveitando para brincar com a ASAE. Talvez aqui escreva qualquer coisa.