Wednesday, August 06, 2008

VIMIEIRO - Alentejo (esquecimento) profundo



Não tenho escrito nada neste bolg!
O porco está a triunfar de mim? Não. Tenho andado “paralisado” como expliquei ontem no blog irmão “O Último Távora”. E foi pena não ter escrito porque ultimamente têm-se verificado muitos triunfos do dito reco. Em alguns casos a matéria estravasa do âmbito das artes e da cultura. Mas neste blog também entra a História e a política, onde esses triunfos se têm verificado, a política é como a pescada: é história antes de ser História.
Passei pelo Vimieiro, Alentejo, e resolvi entrar na povoação (que fica ao lado da estrada entre Estremoz e Arraiolos) para ver o palácio dos condes do mesmo nome. Não que me interessem eles particularmente mas sim porque ali viveu Teresa Josefa de Melo Breyner, mulher do 4º conde de Vimieiro.
Quem era? Uma intelectual do século XVIII! Não havia muitas. Como se sabe, não era hábito sequer as mulheres saberem escrever. Mas havia algumas. Teresa Melo Breyner era amiga de Alcipe, futura marquesa de Alorna, e como ela tinha um nome arcádico, Tirze. No palácio do Vimieiro, onde vivia grande parte do ano, havia uma biblioteca onde não fatavam livros de Voltaire e dos enciclopedistas. Era cultíssima. Escrevia bem e versejava melhor. Na sua família houve depois outros que se distinguiram nas letras: marquês de Ficalho, Sofia Melo Breyner e Miguel Sousa Távares. Mas ela foi a primeira, e no século XVIII, “avant la lettre”, uma verdadeira e rara mulher das Luzes.
Merecia naquela terra uma lembrança, uma chamada de atenção, qualquer coisa.
Pois bem, está tão esquecida como o palácio cujo estado actual podem observar nas imagens que junto.

4 comments:

fmfortio said...

Só para dizer que Há uma rua na qual eu moro qe se chama, Rua Teresa de Mello Breyner não sei se é soficiente
mas há!

José Norton said...

Ainda bem que me enganei. Quer dizer que sempre há alguma recordação. Obrigado pelo seu comentário.

LuisY said...

Curioso

Há pouco tempo passei pelo Vimeiro, meramente por acaso, julgo eu que para almoçar e descobri surpreendido esse belo palácio em ruínas. Juntamente com um amigo, andamos a fotografa-lo, pulámos um muro e fomos ver o jardim, que tinha ainda bonitas fontes e um obelisco, embora tudo estivesse numa ruína de meter dó. Até um gato morto existia numa das fontes.

Agora, também por acaso, descubro o seu blog, onde fico a saber que ali viveu Teresa Melo Breyner, uma mulher ilustrada, amiga da marquesa de Alorna e que naquele palácio existiu uma biblioteca onde não faltavam livros de Voltaire e dos enciclopedistas.

Fiquei um pouco mais rico e posso completar com mais alguns dados a forma como imagino a vivência naquela bonita casa senhorial

Um abraço

José Norton said...

Obrigado Luis!